Prisão em flagrante: O que é e quais são os tipos?

Entenda, aqui, o que significa ser preso em flagrante e o que fazer caso aconteça com você!

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Entenda o que é, quais os tipos e as consequências da prisão em flagrante!

A prisão em flagrante tem o objetivo de restringir a liberdade de uma pessoa flagrada cometendo um delito ou logo após cometê-lo. Além disso, qualquer um pode decretá-la, já que esta é uma medida de autodefesa da sociedade.

Portanto, ela acontece quando há uma situação de flagrante delito. Ou seja, alguém encontrou um indivíduo praticando um crime ou logo na sequência que o pratica.

Então, nesses casos, qualquer pessoa pode dar voz de prisão ao indivíduo que está infringindo a lei. No entanto, ainda assim, existem diversas regras que envolvem este tipo de prisão.

Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: https://forms.gle/GmG5qjiVa2tpoejf7

O que é considerado prisão em flagrante?

A prisão em flagrante ocorre quando o suspeito é detido durante ou logo após cometer um crime, sem necessidade de autorização judicial. Qualquer cidadão ou policial pode realizar a prisão, visando proteger a sociedade e manter a ordem pública. Essa medida permite resposta imediata para assegurar a responsabilização do criminoso e proteger os direitos das vítimas.

Além disso, por não precisar de uma autorização judicial, como é o caso da prisão temporária, prisão preventiva e prisão pena, ela possui uma natureza administrativa.

Importante ressaltar que a prisão em flagrante deve seguir critérios legais para garantir que os direitos do detido sejam respeitados. A detenção deve ser fundamentada e a pessoa presa deve ser informada de seus direitos, incluindo o direito à defesa. 

O que diz o artigo 301 do Código de Processo Penal?

Art. 301.  Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.

Qual é o prazo para prisão em flagrante?

O prazo para a realização da prisão em flagrante é imediato, ou seja, deve ocorrer no momento em que a autoridade policial ou qualquer pessoa testemunha o crime sendo cometido.

No entanto, após a prisão, a pessoa detida deve ser apresentada a uma autoridade judicial em até 24 horas.

Esse prazo é garantido pelo Pacto de San José da Costa Rica e pela legislação brasileira, assegurando que o detido tenha a oportunidade de passar por uma audiência de custódia, onde a legalidade da prisão será avaliada.

Essa apresentação rápida é fundamental para proteger os direitos do indivíduo e evitar a prisão prolongada sem o devido processo legal.

Quais são as espécies de prisão em flagrante?

As espécies de prisão em flagrante variam conforme as circunstâncias da prática delitiva, cada uma com suas peculiaridades e aplicações específicas.

Essas variações são importantes para que a lei se adapte às diferentes situações em que um crime pode ocorrer, garantindo que a resposta policial seja eficaz e proporcional à gravidade da infração.

A seguir, vamos entender cada tipo dessa modalidade de prisão:

Flagrante Próprio ou Real

Nesta modalidade de flagrante, a pessoa está cometendo o crime ou acabou de cometê-lo. Por exemplo, ela é presa enquanto está assaltando ou, em outra situação, está deixando o local do assalto e é presa.

Exemplo: homem preso pela polícia enquanto tenta arrombar a porta de uma casa. A polícia o flagra no ato do crime, caracterizando a tentativa de furto.

Flagrante Impróprio

O flagrante impróprio, por outro lado, é aquele no qual a pessoa é presa logo após cometer o delito.

Contudo, aqui, é preciso chamar a atenção para a expressão “logo após”, uma vez que a jurisprudência interpreta esse lapso de tempo como o espaço entre o acionamento da autoridade policial e a efetiva prisão, desde que haja uma perseguição contínua e ininterrupta.

Desse modo, alguém comete o delito e pode até conseguir fugir. Em seguida, chamam a polícia; eles investigam a cena e partem em perseguição.

Assim, enquanto a perseguição durar, também durará a prisão em flagrante. Por isso, não existe um prazo máximo para a duração do flagrante.

Exemplo: uma pessoa que comete um furto em um carro e foge do local. Testemunhas acionam a polícia, que inicia a busca e, em poucos minutos, encontra o suspeito escondido em uma esquina próxima. Como a prisão aconteceu logo após o delito, dentro do contexto da perseguição, caracteriza-se como flagrante impróprio.

Flagrante Presumido

No flagrante presumido, a pessoa cometeu o crime e a encontraram, depois, com objetos do crime ou em uma situação que dê a entender que é a responsável pelo delito.

Exemplo: uma pessoa é encontrada pela polícia em sua casa, com produtos que foram furtados de uma loja nas proximidades. Apesar de não ter sido vista cometendo o furto, a presença dos objetos roubados em sua posse e a proximidade do local do crime levam a polícia a presumir que ela é a responsável pelo delito.

tipos de prisão em flagrante

Os tipos de prisão em flagrante!

Flagrante Provocado

Já o flagrante provocado ocorre quando um agente induz alguém a cometer um crime. Assim, no momento em que a pessoa praticar o delito, o agente realiza a prisão.

No entanto, essa espécie de flagrante é nulo, de acordo com a Súmula 145 do Supremo Tribunal Federal.

Exemplo: um policial à paisana aborda um suspeito e, fazendo-se passar por um cliente, oferece a ele a oportunidade de vender drogas. O agente induz o suspeito a cometer o crime de tráfico. Assim que o suspeito realiza a venda da substância, o policial o prende em flagrante.

Flagrante Esperado

Por outro lado, no flagrante esperado, a polícia sabe que a pessoa cometerá um crime e retarda a própria ação para que aconteça uma situação de flagrante.

Desse modo, os policiais não criam uma situação que considera-se flagrante, eles apenas esperam que alguém cometa o crime.

Exemplo: a polícia recebe informações sobre um roubo que está prestes a acontecer em uma loja. Os policiais se posicionam nas proximidades e, ao verem o suspeito entrar e realizar o roubo, o prendem em flagrante, pois esperaram a ocorrência do crime.

Flagrante Forjado

O flagrante forjado é quando alguém, como a polícia, planta provas para incriminar um indivíduo, como colocar drogas no seu bolso, invalidando o flagrante. A pessoa que cria o flagrante falso é responsável legalmente. Pode-se culpar tanto autoridades como civis dessa prática.

Exemplo: um policial coloca drogas na mochila de uma pessoa inocente para incriminá-la por tráfico. Essa prática é ilegal e invalida o flagrante.

Quais os requisitos para a prisão em flagrante?

Para garantir que essa medida seja aplicada de forma justa e legal, existem exigências específicas que devem ser atendidas. Os requisitos para a prisão em flagrante são os seguintes:

Comprovação do crime

A prisão deve ocorrer enquanto a pessoa está cometendo um crime, logo após a prática do delito ou em uma situação que evidencie sua autoria.

Posse de provas

O agente da lei ou qualquer pessoa deve ter provas suficientes que demonstrem que o indivíduo é o autor do crime. Isso pode incluir testemunhas, objetos do crime em posse do suspeito ou outros elementos que liguem a pessoa ao delito.

Imediata ação

A prisão deve ser realizada de forma imediata. A polícia ou a pessoa que presenciou o crime deve agir rapidamente, sem demora, ao constatar a prática do delito.

Ilegalidade da ação

A prisão em flagrante deve ser realizada sem a utilização de meios ilícitos ou provocados. O agente não pode induzir a pessoa a cometer o crime, caso contrário, a prisão será considerada nula.

Circunstâncias legais

A prisão deve respeitar as normas legais e os direitos do detido, garantindo que não haja abuso de poder ou violação de direitos humanos.

Esses requisitos visam assegurar que a prisão em flagrante seja realizada de maneira legal e justa, protegendo tanto a sociedade quanto os direitos individuais dos suspeitos.

Quem pode prender em flagrante?

prisão em flagrante

Quem pode prender em flagrante?

A prisão em flagrante pode ser realizada por qualquer pessoa, incluindo civis, quando esta testemunha um crime sendo cometido.

Essa ação é um mecanismo de autodefesa da sociedade e não requer autorização judicial.

No entanto, é importante destacar que a polícia tem a obrigação de efetuar a prisão em flagrante quando estiver diante de um crime, sob pena de omissão.

Se a autoridade policial não agir ao presenciar a prática de um delito, pode ser responsabilizada por não cumprir seu dever de proteger a sociedade.

Como funciona o auto de prisão em flagrante?

O auto de prisão em flagrante é o documento que formaliza a detenção em flagrante. Elaborado pelo delegado logo após a prisão, ele inclui a identificação do preso, detalhes do crime, circunstâncias da detenção e testemunhas.

Deve ser enviado ao juiz em até 24 horas para que ele avalie a legalidade da prisão e decida sobre sua continuidade ou liberdade provisória, garantindo os direitos do detido.

Quando não cabe prisão em flagrante?

A prisão em flagrante não cabe em casos como: crimes de menor potencial ofensivo (onde é possível a transação penal), indução ao crime, crimes que dependem de queixa da vítima, situações de legítima defesa, necessidade ou cumprimento de dever.

Deputados e senadores só podem ser presos em flagrante por crimes inafiançáveis e com comunicação ao Legislativo em 24 horas. Autoridades como juízes e promotores também têm proteções especiais.

O que é necessário para prender alguém?

Para você ser preso em flagrante, só é necessário uma situação de flagrante delito. No entanto, o flagrante não pode ser nulo, como é o caso do flagrante forjado e do flagrante preparado, por exemplo.

Além disso, é preciso observar quem pode ser preso em flagrante, uma vez que algumas pessoas, por conta de seus cargos, possuem alguns direitos. São elas:

Não podem ser presos em flagrante: prisão em flagrante

Pessoas que não podem ser presas em flagrante!

Qual a diferença entre flagrante e apresentação espontânea?

Então, a prisão em flagrante deve ocorrer quando alguém dá voz de prisão a uma pessoa cometendo a infração penal. Assim, normalmente, a pessoa apresenta-se à autoridade policial com resistência.

Já a apresentação espontânea, por outro lado, ocorre por livre e espontânea vontade do indivíduo que cometeu o ato criminoso.

Em suma, caso o indivíduo, por livre e espontânea vontade, se apresente à autoridade policial, não há flagrante. Por isso, não é possível decretar sua prisão em flagrante.

Quais são as etapas da prisão em flagrante?

A prisão em flagrante ocorre em seis etapas. Cada uma dessas etapas é fundamental para assegurar que os direitos dos envolvidos sejam respeitados e que a ação policial seja fundamentada nas normas estabelecidas. São elas:

  1. Captura;
  2. Condução coercitiva;
  3. Lavratura do auto de prisão em flagrante;
  4. Recolhimento à prisão;
  5. Comunicação e remessa do auto de prisão em flagrante ao juiz, Ministério Público e defensoria;
  6. Recebimento do auto de prisão em flagrante e providências.

Durante essas fases, no entanto, é necessário chamar a atenção para alguns pontos que ocorrem na primeira e na última fase.

Assim, durante a captura, não se deve utilizar algemas exceto se o criminoso apresentar resistência ou há o claro risco de fugir, por exemplo. Por isso, quando presentes estas hipóteses, utiliza-se a algema. Entretanto, deve-se justificar seu uso por escrito.

Já em relação à última fase, normalmente, é o momento no qual ocorre a audiência de custódia. É na audiência de custódia que o juiz te ouve e toma algumas providências que devem acontecer mesmo sem a audiência de custódia. São elas:

Terei direito à audiência de custódia?

Sim, você tem direito à audiência de custódia. A legislação brasileira exige que o detido seja apresentado ao juiz em até 24 horas após a prisão. Na audiência, o juiz verifica a legalidade da prisão e decide entre mantê-la, conceder liberdade provisória ou aplicar outras medidas.

O que fazer em caso de prisão em flagrante?

Em caso de prisão em flagrante, é importante seguir alguns passos para garantir a proteção dos seus direitos:

O que fazer em caso de prisão em flagrante?

Siga esses passos em caso de prisão em flagrante!

Mantenha a calma! Tente manter a calma e não resista à prisão. Isso pode ajudar a evitar complicações adicionais.

Exerça seu direito ao silêncio.

Você tem o direito de permanecer em silêncio e não precisa responder perguntas sem a presença de um advogado. É aconselhável não fazer declarações que possam ser usadas contra você.

Solicite um advogado.

Imediatamente peça para ter um advogado presente. A assistência de um advogado é fundamental para garantir que seus direitos sejam respeitados e para orientá-lo sobre como proceder.

Peça a audiência de custódia.

Certifique-se de que uma audiência de custódia seja realizada. Essa audiência deve ocorrer em até 24 horas após a prisão e permite que um juiz avalie a legalidade da detenção.

Informe sobre testemunhas. Se houver testemunhas que possam ajudar na sua defesa, informe ao seu advogado sobre elas.

Documente tudo!

Se possível, anote ou memorize detalhes sobre a prisão, como nomes de policiais envolvidos, horário, local e circunstâncias. Essas informações podem ser úteis para sua defesa.

Não assine nada sem orientação.

Não assine documentos ou confessos sem a orientação do seu advogado. É importante entender completamente o que está sendo assinado.

Seguir essas orientações pode ajudar a proteger seus direitos e garantir que o processo legal seja conduzido de maneira justa.

Quanto tempo depois do crime é considerado flagrante?

O flagrante é válido quando a prisão ocorre logo após o crime, mantendo uma conexão direta entre a ação policial e o delito. Embora não haja um prazo exato para essa “imediata” prisão, a jurisprudência permite a prisão em flagrante enquanto essa conexão for ininterrupta.

Caso haja demora excessiva ou falta de vínculo direto entre o suspeito e o crime, a prisão pode não ser considerada flagrante.

Quando não cabe prisão em flagrante?

Essa é uma dúvida muito comum! A prisão em flagrante não cabe em algumas situações.

Vejamos quais são elas:

Crime cometido por terceiros

Se a pessoa não estava presente no momento da prática do crime e não houve participação direta, a prisão em flagrante não é aplicável.

Delitos que não são de ação penal pública

Em casos de crimes que exigem representação da vítima para a ação penal, como alguns delitos de menor potencial ofensivo, a prisão em flagrante não é cabível.

Ação policial ilegal

Se a prisão foi realizada sem o devido processo legal ou em desacordo com os direitos do indivíduo, como abuso de autoridade ou uso de força excessiva, a prisão em flagrante pode ser considerada nula.

Prisão por indivíduo não autorizado

A prisão em flagrante deve ser realizada por autoridades competentes ou, em certos casos, por qualquer pessoa que presencie o crime. Se a detenção for feita por alguém sem essa autoridade, pode não ser considerada válida.

Flagrante provocado

Se a prisão for resultado de uma ação policial que induziu a pessoa a cometer o crime, configurando um flagrante forjado, não cabe a prisão em flagrante.

Decurso de tempo excessivo

Se o tempo decorrido entre a prática do crime e a prisão for longo, sem que haja uma conexão clara entre a detenção e a ocorrência, a prisão em flagrante pode não ser válida.

Essas situações garantem que a prisão em flagrante seja aplicada de maneira justa e legal, protegendo os direitos dos indivíduos e evitando abusos no sistema de justiça.

Precisa de mandado para prisão em flagrante?

Não, a prisão em flagrante não exige mandado. Ela ocorre imediatamente quando alguém presencia o crime, sendo realizada por qualquer pessoa ou pela polícia. Diferente da prisão preventiva, que precisa de ordem judicial, a prisão em flagrante visa impedir a fuga ou novos danos.

Após a prisão, o detido deve ser apresentado ao juiz em até 24 horas para avaliar a legalidade da detenção.

Preciso de um advogado em caso de prisão em flagrante?

Em casos de prisão em flagrante, é essencial contar com um advogado para garantir os direitos do detido. O advogado orienta o acusado sobre seus direitos, assegura a defesa, acompanha a lavratura do auto de prisão e verifica se há abusos.

Na audiência de custódia, pode solicitar a liberdade ou medidas alternativas. Ele também avalia a legalidade da prisão e pode entrar com habeas corpus em caso de irregularidades, além de facilitar a comunicação do preso com familiares e organizar documentos para a defesa.

O que fazer para conseguir a liberdade?

Para obter a liberdade após uma prisão em flagrante, é essencial que o detido participe de uma audiência de custódia dentro de 24 horas, conforme o Pacto de San José da Costa Rica.

Nessa audiência, o juiz avaliará a legalidade da prisão e possíveis medidas alternativas. A presença de um advogado especializado é crucial para defender a liberdade do detido, contestar prisões ilegais e solicitar liberdade provisória, apresentando argumentos que demonstrem ausência de riscos à ordem pública.

Assim, o advogado garante o respeito aos direitos do detido e uma defesa eficaz.

Um recado final para você!

Advogado especialista - prisão em flagrante

Em caso de dúvidas, procure assistência jurídica especializada.

Sabemos que o tema “prisão em flagrante” pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.

Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.

O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.

Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia

Direito Civil | Direito de Família | Direito Criminal | Direito Previdenciário | Direito Trabalhista | Direito Bancário

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Autor

  • joao valenca

    •Advogado (43370 OAB) especialista em diversas áreas do Direito e Co-fundador do escritório VLV Advogados, empresa referência há mais de 10 anos no atendimento humanizado e mais de 5 mil cidades atendidas em todo o Brasil.

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